26 março, 2007

Brave New Home

To an International Student, life outside home sometimes it's harder than we think. But for me, I really believed that it wouldn' be that hard, because I always liked American music, food and had studied English since I was a little girl. Even though I had never lived out of home before, I used to see myself almost as an expert on "american way of life". But it happened that I was going to live with foreigner students from cultures I had never heard before - so, guess I might be a great source for funny stories and not-do-like-her cases.

As soon as I arrived in Athens, I went to my new apartment, which would be shared with more three other girls. I knew in advance that they weren’t Americans, but in average they were living at US for at least two years.

So I opened my apartment’s door, ran inside curiously toward my new room and started cleaning the whole place up, trying to beat on my own loneliness with my affection for neatness.

After a whole afternoon of hard work, I decided I would cook something to eat. I turned on the stove and started to stare at it, waiting for the flames to burst out. I just noticed those four round iron things in the top of it getting redder and redder, and no flames, but a white fog and a strong smell of something burning really hard. Suddenly a Chinese girl came out from one of the locked bedrooms and started screaming at me:
- A-ree you trrrying toh killah us??
I got so freaked out with her words that I really started thinking that I did something very, very wrong. Okay, I did, I didn’t know it was an electric oven, and the flames would NEVER burst out. And probably there was a big probability that I would have cause a fire there, but WHY she didn’t show up before? I had cleaned the whole apartment, all by myself, believing I was completely alone there!

And she kept on talking and talking and talking and I couldn’t understand a single full sentence from her. I started thinking that my English was so much below than I expected that I couldn’t understand a simple roommate, who probably knew I was in America for less than a couple of hours.

After that, I still had a WHOLE week with only her at the apartment, for the other girls had written us saying they’ d arrive a little later at the move-in date that year.
I swear, I really started to believe that I could never speak English and I was such a slow learner that I would never communicate myself properly with anyone during those six months to come.

Then, one day still at that very first week she tried to teach me how to use the washing and drying machine. I was just like this: “Fist, you putee yourr clooz hear and hear” and so on…Gosh…all I could do was cry and complain to my exchange mates, who were still waiting to meet their own roommates. And, what, I'm no proud of me every day, but if I myself couldn’t understand someone, well, let’s say my English wasn’t that bad, so my friends really started worrying for themselves.

A week later Sonya and Claudia arrived at the apartment. The first was Indian, and the second one, Romenian, but both with a beautiful English, with a little accent, perhaps, but perfect to be understood. And I found out that the problem wasn’t me, but her, the Chinese girl. And the three of us had a great time that fall making fun of her, mocking that “huh?” when she didn’t understand us. I know this may sound a little mean from us, but we couldn’t help it, for god’s sake, she was there for more than two years! Yeah... and I thought I was the International kid around there!

HUH??

21 março, 2007

Retalhos

São simplesmente momentos. Pedaços de tempo que, se costurados, pode ser que façam um dia, ou dois, ou três, quem sabe. Um sorriso, uma porta de elevador segurada quando se está no cúmulo do atraso, um toque de leve nas costas da mão. Tudo são realmente pequenos instantes em que os homens percebem - grande novidade - que não estão sós.

E a vida vai seguindo, feita em retalhos diários de sentimentos , onde até a mais dolorida das solitudes pode ser esquecida por um olhar cruzado por cima de uma tela de computador. E o vazio da sala diminuído a partir de um rabo de olho. E as coisas cansativas, complexas, costumeiras, se transformam em simples, de textura adocicada. E aqueles, esses dias, feitos de pequenos momentos de humanidade, vão se tornando mais constantes e presentes. Até que não precisem mais de linha, agulha ou mão hábil de costureira. Já vem prontos, colados, grudados, sem pause, stop, qualquer comando que os explique em realidade.

Agora, são dias.


(esse foi pra ti, Georgia.)

15 março, 2007

Bom dia!

- Droga de nascer do sol. Ele já nasce todo dia, ué, não sei pra quê tanto alvoroço... - resmungava a menina, enrolada numa toalha barata azul. Fodam-se as risadas amigas, as músicas cantadas em conjunto, as confissões tímidas arrancadas à penumbra de fogueira e todo e qualquer estereótipo que componha um luau. Aliás, foda-se também aquele mesmo fogo, aceso pela primeira vez em tantas visitas à praia graças ao combustível portátil - líquido de isqueiro - e à madeira, dita em voz baixa, roubada de uma construção vizinha. Pss, roubada não, que é feio. Pegue para fins de benefícios maiores para uma determinada população, ou seja, eles.

A praia, que fora sua por quase toda a noite, era o último lugar onde ela queria estar. Desejava, além de sua cama e um banho urgente, uma dor de barriga súbita e incontível para o dono do carro, acompanhada de uma insaciável necessidade de ir para casa. Desejar o mal aos outros? Que nada...Nunca. Só por enquanto, hoje, na verdade.

Estar de carona tem isso. Fica-se à mercê do "não, só mais meia hora, vai", que se estenderá, provavelmente, ao "quando amanhecer a gente vai". Vontade grande de dormir debaixo de algum pneu, esquecer o estômago refinado, o fígado afeminado e o cabelo embaralhado. Ótimas companhias. O primeiro se recusa a chilito barato, o segundo detesta qualquer vinho com nome de santo - sim, o pecado foi ter bebido -, e o terceiro abomina a combinação vento-areia-falta de pente. Pequenos detalhes que foram esquecidos durante a noite e agora, somente agora, parecem importar.

E se sentou, em pose de seis anos de idade, de pernas estendidas na areia úmida daquela quase-manhã. Mãos nos joelhos segurando as pontas da cabaninha azul felpuda na qual se escondia. E tentou cochilar ali, fingindo que não, não estava lá. Já estava muito mais do que cheia de toda essa areia, daquele álcool e do seu próprio sono. Sorte que o namorado não veio, se livrando de ter que aguentar uma pessoa em tão deplorável estado. Não físico, nem moral, mas de humor. Toda a rabugice nela parecia antevir ao exato momento de nascer do sol.

Mais um "senta, só mais um pouco", outro "não vamos agora, pega outro copo, vai...", e ela quase não aguenta mais. Na verdade, já desistiu, nem ouve, insiste só de birra. E respira fundo. Um pensamento quase incontrolável de puxar o garoto sorridente que dirige e dizer-lhe alto no ouvido " isso lá é hora de gente decente estar acordada?", repetindo sua própria mãe. Mas não, permanece quieta, encurvada, murmurando mil rabugens. E vai, continua resmungando, embalada de azul, por minutos e minutos a fio. Até que de repente, pára. E falta a respiração. Primeiros raios. Muitos sorrisos. Imagina o que seria dela se justamente hoje o sol se esquecesse de subir?

Bom dia, todo mundo!

12 março, 2007

Estampa de azul e verde

Sete. Fatias de luz de persiana ofuscavam o olho. Doia, ate. E o tic..tic... insistente do despertador sobre a mesa fazia par com o passarinho chato la de fora, que cantava desesperadamente desde cedo naquela manha. Ambos trinavam as mesmas notas, sempre e sempre, com o objetivo unico de espantar o sono, sim, especialmente, dos facilmente insones. Inclinava o pescoco mais para tras, de vez em quando, observando a arvore recortada pelas frestas da janela. Ia e vinha, resistente ao vento frio, num quase balanco invejoso de coqueiro na praia.

Oito. Setenta e cinco sinais. Contava com a ponta do dedo, sem tocar. Da cabeca ao peito. E so na frente. E sentou, resumindo-se no canto da parede, encolhendo as pernas. Olhava agora para si. O cabelo, nunca e sempre baguncado, as unhas constantemente por fazer, o colar jogado no chao de carpete. Sabia, nessas horas, as preocupacoes desnecessarias sao quase sempre inevitaveis, mas refutadas com todas as melhores vontades de nao estragar o momento. Aquele instante entre o acordar e o sono.

Nove. O murmurio, de boca meio tampada a lencol estampado, lembrava que nao era invencao.
A ordem e a mao debaixo da coberta nao deixava duvidas. Esqueceria, em alguns momentos, o relogio, o passarinho, o cabelo, as unhas. Ate o colar, que seria provavelmente achado no proximo domingo de limpeza do quarto. So os sinais continuam, importados. Deita, que eh cedo.

01 março, 2007

pra que razao???

Sem nada para fazer, ele olhou o cigarro molhado. Droga, dia de chuva. E comecou a refletir, maos cruzadas nos joelhos, encostado num coqueiro.

Primeiro, Deus criou o sentido. A razao. "Pah - esta feito!" E saiu andando feliz da vida pelo espaco sideral. Depois sentiu aquele vaziozao ao redor dele, e decidiu comecar a criar tooooodas as milhoes de coisas que conhecemos ou nao, na busca de preencher aquele nada. Criou o Homem e o fez criar o inutil, o necessario e o desejado. Surgiram chicletes, cadeiras e maquinas de vender adesivo. E se apaixonou pela Sua Obra. Foi o primeiro caso de egocentrismo conhecido e, diga-se de passagem, autorizado.

Passado algum tempo, o vazio voltou. E dai que ele desistiu da razao que conhecia e foi surfar em alguma praia la perto de Canoa.