29 outubro, 2008

resumida


Eu vivo como se o dia fosse uma grande fotografia, em que os instantes, um atrás do outro, ou todos embaralhados, se paginam na minha frente.
Junto, recorto, jogo fora ou coloco molduras. Depende do dia.
Gosto de ver o que ninguém mais percebe e, dificilmente, recorda.
Gosto de vento no meu cabelo, do azul tinta-bic do céu fim de tarde e de acordar com silêncio. Nada disso é reproduzível, e me deixa muito feliz, porque sou extremamente egoísta.
É tudo só meu, irrepetível até que o outro dia.
Na segunda série me disseram que eu não sabia fazer poesia.
Hoje, chego perto através das minhas lentes, de óculos, de contato ou de Canon. Mas se eu soubesse, sempre teria uma nova esgarranchada no final do caderno.